“Este livro trata da descoberta revolucionária de que o cérebro humano pode modificar-se, compilada a partir do relato de cientistas, médicos e pacientes que juntos realizaram essas transformações impressionantes.”
“Alguns eram pacientes com desordens cerebrais consideradas incuráveis;”
“Além disso, acreditava-se que, se parte do cérebro sofresse danos, não podia alterar sua estrutura nem encontrar uma nova maneira de funcionar. A teoria do cérebro imutável decretava que as pessoas que nascessem com limitações cerebrais ou mentais, ou que sofressem danos cerebrais, ficariam limitadas ou prejudicadas pelo resto da vida.”
“Mostraram que, a cada atividade realizada, o cérebro muda a própria estrutura, aperfeiçoando seus circuitos de modo que fique mais apto a tarefa proposta. Se uma parte falhar outra pode assumir seu lugar, desde que devidamente estimulada. Mostraram que as crianças nem sempre ficam limitadas às capacidades mentais com que nascem; que um cérebro danificado pode se reorganizar, de modo que quando uma parte deixa de funcionar, muitas vezes outra pode substituí-la; que, às vezes, células cerebrais mortas podem ser substituídas; que muitos “circuitos” e até reflexos básicos considerados conectados não o são. Como psiquiatra, psicanalista e pesquisador, vi pacientes reconectarem seus cérebros pelo pensamento, livrando-se assim de obsessões e traumas antes incuráveis.
Concluo que observando a capacidade ímpar do método IntraAct de alfabetizar “deficientes”, cabe-me afirmar que este processo ganha vida própria no cérebro dos infantes, impulsionando como em “queda livre” o ganho de função de neurônios ávidos por conhecimento. Esta sede por saber e se expandir por “terrenos nunca explorados” é sintetizada por uma resposta do extraordinário violoncelista Pablo Casals quando com 91 anos. Diante da pergunta de um estudante: “Mestre, por que continuas a estudar?” Casals respondeu: “Porque estou progredindo.”