Juntas, a articuladora em parceria com a professora da turma do 1º ano, desenvolveram algumas atividades com os 18 estudantes matriculados no 1º ano do período matutino, com idade entre 6 a 7 anos , no decorrer do ano letivo de 2022, na Escola Municipal Nilo Procópio Peçonha em Alta Floresta – MT.
O objetivo de todas das atividades aplicadas foi o de enriquecer o processo de alfabetização e letramento de forma lúdica. Tudo começou a partir do resultado do gráfico demonstrativo da 1º avaliação de leitura com a aplicação do método IntraAct Brasil. Diante do resultado preocupante, verificou-se a necessidade de intensificar ainda mais a leitura, a partir disso, a parceria entre as professoras foi a de pesquisar atividades para tornar a leitura ainda mais prazerosa através de jogos, brincadeiras, músicas, entre outras. As atividades foram desenvolvidas na sala de articulação, porém sempre com a comunicação junto a professora regente. Todas as atividades foram elaboradas a partir das orientações recebidas pelo Programa IntraAct Brasil.
Segue abaixo a descrição de algumas das experiências:
Amarelinha das sílabas
A brincadeira consiste em primeiramente, com as crianças dispostas sentadas ou em fila, o grupo decidir quem irá iniciar brincadeira. O estudante que iniciou a brincadeira deve primeiro pronunciar o som da letra que está no chão, em seguida a criança deverá dar saltos, colocando os dois pés a frente, onde encontra-se duas sílabas iguais do mesmo som da letra que iniciou a brincadeira. A criança que for acertando, passa para a palavra seguinte, até terminar a amarelinha, então vai para a próxima etapa, que é a próxima letra dentro do mesmo bloco de letras do Programa de alfabetização.
Nos casos em que a criança, no percurso, não acerta uma palavra, volta para o início da amarelinha. A professora neste momento tem papel fundamental, pois é essencial motivar e auxiliar a criança neste desafio, e assim apoiar a criança a tomar uma atitude de voltar para o início da brincadeira e não tomar isso como um castigo, mas sim uma necessidade, pois a repetição a ajudará a superar o desafio.
Em consonância com Streit (2022), que diz “a repetição correta é fundamental para uma alta motivação a aceleração do aprendizado”. Com esta brincadeira, as professoras observaram que muitas crianças avançaram na leitura da letra e consequentemente a leitura das palavras do bloco em estudo. Para o desenvolvimento dessa atividade foram utilizadas E.V.A., cola quente e tesoura.
Amarelinha com sílabas diferentes
Cada parte da amarelinha é composta por uma sílaba, assim, a cada duas partes, forma uma palavra. A criança, ao iniciar a amarelinha, precisa ler cada sílaba em que pisa, assim percebe que unindo as sílabas formará palavras. Nesta brincadeira não tem sílabas iguais. Se a criança conseguir ler todas as palavras ela chega no final do processo.
Se a criança errar muitas palavras ela terá duas opções ou iniciar novamente o processo ou solicitar ajuda do grupo. Nesta brincadeira, as crianças que não conseguiram da primeira vez a completar a amarelinha, tiveram que voltar para o início da brincadeira e decidiram que não queriam ajuda, queriam tentar muitas vezes sozinho, uma decisão para superar o desafio que lhe foi proposto.
Segundo Streit (2022), ao longo da caminhada precisamos criar estratégias, as vezes sozinha em dupla ou no coletivo, e com o tempo a criança vai decidindo qual é a melhor estratégia para aquele momento de se tomar uma decisão. Com esta brincadeira, o resultado foi positivo, pois houveram avanços em alguns estudantes que apresentavam dificuldades em determinada letra, conseguindo superar o desafio, passando para o próximo bloco de letras. Em dois casos a criança antes de iniciar a brincadeira, decidiu que gostaria da ajuda do grupo e depois com o tempo, já não queria o auxílio dos colegas.
Para o desenvolvimento dessa atividade foram utilizadas folhas sulfite, pincel e fita adesiva larga.
Formação de palavras
Nesta atividade o objetivo é formar palavras, então, sobre a mesa da articuladora muitas sílabas já trabalhadas anteriormente são escritas em sulfite. Um estudante por vez busca uma sílaba na mesa, somente quando a professora diz o som da sílaba, o estudante procura sobre a mesa e fica com a sílaba em mãos.
Quando cada criança buscou 2 ou 3 sílabas a brincadeira fica mais agitada. O passo seguinte é formar palavras, então a professora dita uma palavra e o grupo buscava dentre as sílabas, em mãos, formar a palavra solicitada, podendo fazer a troca de sílabas entre os estudantes.
Esse processo continua até que todos os estudantes tenham em mãos uma palavra formada. Todas as sílabas são retiradas e cada aluno, com 2 ou 3 sílabas em cima da mesa. Esta brincadeira só pode ser executada quando o estudate já está no terceiro bloco de palavras, pois assim há uma mistura dos blocos na brincadeira. Nesta brincadeira, o estudantes fazem a revisão dos blocos, o que aumeta seu repertório de palavras. Para Streit(2022) é muito importante memorizar o máximo possível. Nesta atividade foi utilizado sulfite e pincel atômico.
Alfabeto móvel
Nesta atividade, o foco é a leitura dos sons das letras, sílabas e palavras usando o alfabeto móvel. Oportunizou que os alunos realizassem a leitura das palavras formadas por eles, um desafio, pois formavam palavras com uma, duas e também com três sílabas. De acordo com Streit(2022), a consciência fonológica é quando as crianças conseguem entender a estrutura sonora das palavras. A professora observou que é necessário que no primeiro momento, quando o estudante recebe os blocos de madeira, é necessário primeiro deixar que brinquem e depois iniciar a atividade de leitura.
Para o desenvolvimento dessa atividade foi utilizado o alfabeto móvel de madeira.
Brincando com as cores
Nesta brincadeira, inicialmente a criança busca um lugar para se acomodar e realizar a atividade e em seguida recebe canetinhas para escolher as cores e, assim, registrar algumas palavras que já conhecem. Ao escrever de canetinha surge uma dificuldade, não tem como apagar! Os próprios alunos sugeriram que as palavras que escrevessem errado, marcariam um “X” e escreveriam a palavra de forma correta na frente. Em seguida, as palavras foram ditadas pela professora e depois cada estudante fez a leitura das palavras para o grupo. Os materiais utilizados nesta atividade foram utilizados papel craft e canetinhas coloridas e lápis de cor. O colorido das canetinhas motivou o grupo a trocarem as cores entre si durante a atividade. Neste momento, “oferecer às crianças um material de aprendizagem da melhor maneira possível para o se progresso”, diz Streit, Jansen& Fuchs (2022).
Considerações Finais
As atividades e brincadeiras contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento da leitura dos nossos alunos, uns começaram a ler muito rápido, outros demoraram um pouco mais e ainda outros estão no processo.
Precisamos apresentar para os pais ou responsáveis os resultados dos nossos trabalhos através dos gráficos, de atividades diversificadas, valorizando a leitura e não atividades mecânicas, sem que o estudante saiba o que está realizando. Segundo Barbosa (2006) os alunos precisam desenvolver diversas habilidades em leitura e nós precisamos auxiliá-los não somente ler, mas sim entender o que se lê, ter fluência naquilo que está lendo, ser crítico e autônomo, como protagonista da sua própria história, porque quando o ser humano aprender a ler ele consegue realizar diferentes tipos de atividades.
Referências
BARBOSA, Maria Lúcia Ferreira de Figueiredo. Práticas de leitura no ensino fundamental / organizado por Maria Lúcia Ferreira de Figueiredo Barbosa e Ivane Pedrosa de Souza. Autêntica, Minas Gerais. 2006. : https://www.nucleodoconhecimento.com.br/pedagogia/ludico-como-aliado Acessado:16/11/2022.
STREIT, Uta; JANSEN, Fritz; FUCHS, Angelika. Aprendendo a ler: segundo o método IntraAct: livro do professor; tradução Fernando Aymoré. Minas Gerais; Educa EthosEscola de Formação humana, 2022.