O método IntraAct Brasil em minha prática pedagógica

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O método IntraAct Brasil em minha prática pedagógica

Aqui será relatado minha prática docente com o método IntraAct Brasil, desenvolvida com alunos do 2º ano A e B, período matutino e vespertino, da Escola Municipal Professora Sônia Maria Faleiro, situada no Bairro Boa Esperança, município de Alta Floresta/MT.

Iniciei o ano letivo de 2022 com duas turmas de 2º ano do Ensino Fundamental, sendo as turmas compostas por 20 crianças cada. 

No decorrer da minha vida docente, trabalhei com diversos métodos de alfabetização, mas nenhum foi tão eficaz quanto o método IntraAct Brasil. Método esse embasado em estudos científicos da Neurociência Cognitiva. No início do ano letivo, na Semana Pedagógica, o método foi apresentado para os professores das rede municipal pela diretora do Programa Alfabetiza Alta Floresta, Irene Mendes Duarte.

Durante o processo de apresentação do método, confesso que não acreditei, e cheguei a pensar e dizer: “Mais uma rotatividade de métodos”. Até mesmo questionei em uma formação de professores sobre a criação e aprovação da Lei Municipal Alfabetiza AF Lei nº 2698/2022, e reforcei o pensamento: “o carro na frente dos bois”. Uma lei antes de experiênciar o método?

Começamos a trabalhar com o método no dia 14 de março do ano de 2022. Como foi difícil! Tudo era novo e não conhecíamos o material, e mais com uma grande desconfiança de que tudo isso não daria certo. Mas continuei o trabalho com o livro.

Começava a aula entregando os livros do método para os alunos, em seguida iniciávamos a leitura no bloco em destaque. Após o término da leitura pedia para as crianças que guardassem os livros debaixo da mesa e começava a trabalhar com outros conteúdos, saindo da lógica do material e do método proposto. Realizando essa prática diariamente percebi que não estava tendo nenhum avanço com minhas turmas, ou seja, os alunos estavam cada vez mais estacionados em relação ao seu aprendizado, levando a confirmar a minha 1ª tese em relação ao método que o mesmo não funcionaria.

Com todos esses fatores cada vez mais eu estava ficando angustiado e frustrado com o método, pois não estava vendo avanço na aprendizagem dos meus discentes. Após mais um dia de trabalho fracassado e desmotivado fui para casa triste e sem ânimo. À noite comecei a pensar e refletir sobre o método e o que eu teria que fazer para alcançar o objetivo proposto pelo programa, foi então que a minha ficha caiu: se o livro traz as   letras do alfabeto divididas em blocos, ou seja, quatro letras por bloco, pois segundo pesquisas cientificas o cérebro só registra de 4 a 7 elementos por vez, então, não havia necessidade de sobrecarregar o cérebro das crianças com muitas informações. Esse caminho é seguro para que os alunos alcancem uma aprendizagem relevante e significativa e, assim sendo seria necessário que o planejamento fosse revisto. Não adiantava empurrar várias atividades para os alunos que não fossem referente as letras do bloco em estudo.

A partir dessa reflexão foi que percebi que o trabalho com o método IntraAct Brasil passou a ter resultados pertinentes e satisfatórios em relação à aprendizagem dos meus educandos. Partindo dessa ponderação comecei a planejar e elaborar atividades sequenciadas com as letras do bloco em estudo. Com as sequências de atividades elaboradas as crianças realizavam de maneira prazerosa, e as aprendizagens foram recíprocas e gradativas, conforme as capacidades e as dificuldades de cada educando.

A sequência de atividades aqui relatadas, além de resolver e auxiliar na aprendizagem que estava pendente, me auxiliou também, a compreender como o cérebro dos estudantes ia construindo a base alfabética, ganhando autonomia na leitura e na escrita, além de avançar a compreensão para as diversas áreas do conhecimento.

Por fim, verifiquei que o trabalho desenvolvido com o método IntraAct Brasil contribuiu para a prática eficaz e aprendizagem significativa por meio de vivências, estudos e muita dedicação do professor, aliada à motivação do aluno. E alegria maior não há, ao ver as crianças aprendendo a ler muito rápido com brilho no olhar. Sendo assim, o ideal é que o professor tenha a Neurociência como sua aliada no processo de ensino aprendizagem.

Alberto de Sousa Dias – alberto_mory@hotmail.com
Programa Alfabetiza Alta Floresta – SME

Referências

LEI Nº 2.698/2022 – Criação do Programa Alfabetiza Alta Floresta.

STREIT, Uta. Aprendendo a ler: segundo o método InstraAct: livro do professor – Belo Horizonte, MG. EducaEthos Escola de Formação Humana, 2022.

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